Institucional
FaunaMar registra encalhe vivo de tartaruga-cabeçuda, no litoral de Barroquinha-CE
8 de janeiro de 2021
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No último dia 05, o Projeto FaunaMar foi acionado por colaboradores e parceiros, para o resgate de uma tartaruga marinha na praia de Curimãs, litoral de Barroquinha, Ceará.

Ao chegar no local, a equipe verificou que se tratava de uma fêmea, da espécie Caretta caretta ou tartaruga-cabeçuda, que media 93 cm de comprimento de carapaça e 82 cm de largura.

Segundo Kesley Paiva, coordenadora do Projeto FaunaMar, a quantidade de ectoparasitas (principalmente algas) presente na carapaça, indicava que a tartaruga encontrava-se debilitada há um certo tempo e veio a encalhar.

Ainda na praia, os biólogos avaliaram o animal externamente, onde foram observadas rupturas na carapaça e plastrão, além de magreza extrema ou caquexia. “Não havia sinais de interação com a pesca, como amputações, marcas de artefatos de pesca, cortes, nem evidências de colisão com embarcações, disse Kesley.

Tão logo, a tartaruga foi encaminhada para a Base do Projeto Peixe-boi/APA Delta do Parnaíba/ICMBio, localizada no município de Cajueiro da Praia-PI, porém, ao chegar no local, veio a óbito.

Após uma avaliação externa mais aprofundada, foram identificadas outras rupturas de tecido, que podem ter sido causadas pela condição da saúde do animal.

No dia 06, o exemplar foi avaliado internamente pelos biólogos Waldemar Justo e Kesley Paiva, com apoio de membros da Base do Projeto Peixe-boi/APA Delta do Parnaíba/ICMBio.

Segundo Waldemar, não foram identificados resíduos sólidos no trato digestivo ou algo que pudesse apontar a condição em que o animal foi encontrado. “Amostras de órgãos foram coletadas e serão analisadas para entender melhor a causa do encalhe”, disse o biólogo.

É importante saber que encalhes destes animais podem ser causados por diversas razões: lixo, enfermidades, colisão com embarcações, interação com a pesca e outras.

O animal possuía anilhas (marcas metálicas – uma em cada nadadeira), que servem para identificação. As informações contidas nas marcas foram repassadas ao Projeto Tamar, afim de buscar mais informações sobre o animal, como o local onde foi marcado, tamanho em que foi marcado, por exemplo.

O Projeto FaunaMar monitora o litoral de Camocim e Barroquinha para o registro de encalhes vivos/mortos; e registros reprodutivos. Atualmente, o projeto é apoiado pela Farm e Fundo Casa Socioambiental.

A Comissão Ilha Ativa-CIA, por meio do Projeto FaunaMar, agradece à comunidade, ao parceiro Paulo Martins, da Extremo Nordeste e à Base do Projeto Peixe-boi/APA Delta do Parnaíba/ICMBio.